O Rio de Janeiro continua lindo e, felizmente, continua visitado. Só no primeiro semestre de 2025, a Cidade Maravilhosa recebeu 1,324 milhões de visitantes estrangeiros, um crescimento de mais de 50% em relação ao mesmo período do ano anterior.
No entanto, nem todo esse charme foi suficiente para desbancar São Paulo, que segue no topo do ranking de cidades mais visitadas por estrangeiros no Brasil. Para virar esse jogo, o Rio precisa olhar para fora e aprender uma lição que outros destinos globais já decoraram: a arma secreta para atrair multidões, hoje, é o entretenimento digital.
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Set Jetting: a força das telas no mapa de viagens
Talvez você ainda não tenha ouvido falar em “set jetting”. O termo ainda não é muito popularizado, mas a tendência é antiga: trata-se do fenômeno em que turistas escolhem seus destinos baseados em locações famosas de filmes, jogos ou séries de TV. Ou seja, é a ideia de ir visitar um país para poder conhecer os locais onde uma obra foi filmada.
Quer ver um exemplo claro disso? A explosão de popularidade dos doramas coreanos na Netflix e em outros canais não exportou só a cultura local, mas fez o turismo na Coreia do Sul disparar nos últimos anos.
Se Hollywood pode fazer, por que não nós?
Estimular o turismo set jetting é uma prática tradicional em Hollywood e na indústria do entretenimento. Muitos países e cidades ajudam a financiar produções justamente para colher os lucros disso.
Por exemplo, quando a Nova Zelândia serviu de palco para a trilogia O Senhor dos Anéis, o país passou a ser a “Terra Média da vida real”. Até hoje, muitas pessoas viajam para lá apenas por influência dos filmes.
Mais recentemente, a série The White Lotus provou que esse poder segue intacto. Havaí, Sicília e Tailândia viram um aumento expressivo na procura turística logo após sediarem, respectivamente, as três temporadas da produção.
Mas essa é uma lógica que funciona como uma via de mão dupla, sabia? Um exemplo disso é Las Vegas.
Afinal, a “Sin City” não é “só” um destino turístico: ela se transformou em uma marca onipresente na cultura pop, presente em filmes (como Se Beber, Não Case!), games e séries de TV, criando no público o desejo de visitar a cidade.
Isso é capitalizado, depois, com a criação de novos produtos, por exemplo, no setor de iGaming. Hoje, existem muitos jogos de aposta ou salas online ao vivo inspirados em Las Vegas, como o Slot Vegas e o Benji Killed in Vegas. São títulos que transportam o jogador direto para a atmosfera da cidade, reforçando o seu mito.
O lucro vai além do cartão postal
Investir nessa conexão entre entretenimento e turismo não é apenas sobre atrair mais turistas, mas sobre a economia real. Quando uma cidade se torna cenário de desejo, toda a cadeia produtiva ganha: do vendedor de mate na praia à hotelaria de luxo.
O Rio de Janeiro já tem o cenário pronto. O que falta é tratar o entretenimento não como um acaso, mas como estratégia de atração. Quantos filmes, séries ou jogos poderiam ser gravados sob o olhar do Cristo Redentor e quantas pessoas poderiam querer conhecer a cidade por isso?

