Palestrante Telles Martins

O impacto da tecnologia na sociedade e na mobilidade do futuro

O impacto da tecnologia na sociedade e na mobilidade do futuro

Introdução — qual a importância do tema?

A tecnologia já reorganiza economia, trabalho, cidades e transporte. Em 2025, o impacto da tecnologia na sociedade acelera com IA, dados em tempo real e eletrificação, enquanto a mobilidade do futuro integra veículo, energia e infraestrutura. Este guia explica tendências, benefícios, riscos e o que governos, empresas e cidadãos precisam fazer agora.

O que mudou na relação entre tecnologia e sociedade em 2025?

Em 2025, conectividade ampla, computação em nuvem e IA generativa saíram do laboratório e chegaram ao cotidiano, integrando serviços públicos, saúde, educação e transporte. Assim, decisões passam a ser data-driven, cadeias produtivas ficam resilientes e a experiência urbana torna-se preditiva — do trânsito à segurança.

Desdobrando os pontos-chave:

  • Onipresença digital: smartphones, sensores e plataformas conectam pessoas e ativos.

  • Serviços públicos digitais: agendamentos, telemedicina e prontuários interoperáveis.

  • Economia em tempo real: logística, preços dinâmicos e manutenção preditiva.

  • Cultura e trabalho: criação de conteúdo com IA e colaboração remota de alto nível.

Como a tecnologia molda a mobilidade do futuro?

A mobilidade do futuro é conectada, elétrica, compartilhada e autônoma. Veículos conversam com infraestrutura (V2X), planejam rotas por dados e se integram a energia e pagamentos. O resultado é menos atrito, mais segurança e custos previsíveis, do ônibus BRT ao carro de frota corporativa.

Na prática, isso significa:

  • Conectividade (4G/5G/Wi-Fi 6/DSRC/C-V2X): latência baixa para ADAS e semáforos inteligentes.

  • Eletrificação (EV/HEV/PHEV): menor custo de uso e integração com rede (V2L, V2H, V2G).

  • Compartilhamento e demanda: transporte como serviço (MaaS) e bilhetagem unificada.

  • Automação: do estacionamento autônomo ao ônibus com piloto assistido em corredor.

Quais tecnologias-chave sustentam essa transformação?

IA, IoT, nuvem, cibersegurança, 5G, edge computing, digital twins e georreferenciamento formam a base. Elas capturam dados, treinam modelos, simulam cenários e controlam ativos físicos (semáforos, frotas, estações de recarga), garantindo desempenho, segurança e transparência para o cidadão.

O que vale destacar:

  • IA/ML: previsão de demanda, detecção de incidentes e alocação ótima de recursos.

  • IoT + Edge: sensores em ônibus, semáforos e vias com resposta local rápida.

  • Gêmeos digitais: simulação antes de investir; evita erros caros.

  • Cibersegurança: proteção contra invasões e fraudes; requisito regulatório.

Qual é o papel dos dados e da governança?

Dados padronizados e abertos, com governança e privacidade (anonimização, minimização e consentimento), criam ecossistemas colaborativos. Contrapartidas em contratos públicos e APIs abertas permitem que startups e universidades gerem valor, auditando políticas e melhorando serviços.

Checklist rápido:

  • Padrões (GTFS/NeTEx, OCPI/OCPP, MDM): interoperabilidade.

  • Data lakes públicos/privados: integração e qualidade de dados.

  • LGPD e segurança: confiança social e incentivos corretos.

  • Métricas de sucesso: KPIs de mobilidade, emissões, inclusão e satisfação.

Como a eletrificação se conecta à sociedade e à rede elétrica?

Veículos eletrificados deixam de ser apenas transporte e viram ativos energéticos. Com V2L/V2H/V2G, fornecem energia a equipamentos, casas e rede; reduzem picos tarifários e aumentam a resiliência urbana. Essa convergência acelera a transição energética e cria novos modelos de negócio.

Por dentro da tecnologia:

  • V2L: energia para obras, eventos e emergência.

  • V2H: backup residencial e tarifa dinâmica.

  • V2G: serviços ancilares para a rede e receita para frotas.

  • Sustentabilidade: menos emissões e ruído; uso racional de energia.

Quais benefícios sociais e econômicos surgem primeiro?

Menos tempo perdido no trânsito, maior segurança viária, menor custo de operação de frotas e serviços públicos mais previsíveis. Além disso, a inovação cria empregos qualificados e reduz desigualdades quando políticas priorizam acessibilidade universal e tarifas justas.

Benefícios práticos:

  • Produtividade: rotas inteligentes e menor congestionamento.

  • Saúde pública: menos poluição local e ruído.

  • Custo total (TCO): otimização de combustível/energia e manutenção.

  • Inclusão: integração modal e bilhetagem sem atrito.

  • Transparência: painéis públicos com metas e resultados.

Quais são os riscos e dilemas éticos?

Sem governança, tecnologia pode ampliar desigualdades e vigilância excessiva. Riscos incluem exclusão digital, viés algorítmico, monopolização de dados e ataques cibernéticos. Logo, políticas de ética de IA, privacidade e segurança devem caminhar junto com a inovação.

O que medir e acompanhar:

  • Acesso e letramento digital: garantir inclusão; evitar “ilhas” de qualidade.

  • Transparência algorítmica: documentação, auditorias e canais de contestação.

  • Cyber-resiliência: backups, segmentação de rede e testes de penetração.

  • Contratos públicos: cláusulas de dados abertos e portabilidade.

Como preparar cidades e empresas para a mobilidade do futuro?

Alinhe planejamento urbano, regulação pró-inovação, compras públicas inteligentes e PPPs. Estruture corredores BRT/BRS inteligentes, zonas de baixa emissão, rede de recarga e integração tarifária. Nas empresas, crie PMOs de transformação, com KPIs e ROI claros.

Plano de ação em 8 passos (numerado):

  1. Diagnóstico de dados e infraestrutura;

  2. Metas (segurança, emissões, tempo de viagem);

  3. Arquitetura de dados (APIs, padrões, LGPD);

  4. Projeto-piloto com métricas;

  5. Escalonamento via PPPs e fundos;

  6. Capacitação técnica contínua;

  7. Governança com sociedade civil;

  8. Auditoria e melhoria contínua.

Quais modelos de negócio ganham tração primeiro?

MaaS (Mobility as a Service), frotas como serviço, micromobilidade, logística urbana de baixo carbono, hubs de recarga, dados como serviço (DaaS) e V2X para a rede. Tais modelos reduzem CAPEX do usuário final e monetizam eficiência e confiabilidade.

Exemplos (bullet points):

  • Frotas elétricas por assinatura com manutenção preditiva.

  • Plataformas MaaS com preço dinâmico e cashback social.

  • Dados de tráfego/ocupação para publicidade contextual e planejamento.

  • Hubs multimodais com recarga, lockers e serviços 24/7.

Tabela comparativa — pilares tecnológicos e impactos sociais

Pilar tecnológico Aplicação em mobilidade Impacto social direto Riscos/mitigações
IA/ML Rotas, previsão de demanda, ADAS Menos acidentes, menos tempo de viagem Viés algorítmico → auditoria/explicabilidade
IoT + Edge Semáforos, sensores, frotas Resposta rápida a incidentes Segurança física dos ativos → hardening
Nuvem + APIs Integração de sistemas Escala e inovação aberta Dependência de fornecedor → estratégias multicloud
5G/C-V2X Latência baixa, V2X Segurança e fluidez Cobertura desigual → combos 4G/5G/Wi-Fi
V2L/V2H/V2G Energia móvel e rede Resiliência e menor CO₂ Normas/medição → regulação e certificação
Digital twins Simulação urbana Investimentos mais assertivos Dados pobres → programas de qualidade de dados
Cibersegurança Proteção de ativos Continuidade de serviços Custos e skills → parcerias e SOC compartilhado

Como medir sucesso: quais KPIs valem para sociedade e mobilidade?

Use KPIs que capturam experiência do usuário, eficiência, segurança e sustentabilidade. Publique metas e resultados, inclusive com dados abertos, para que academia e imprensa possam auditar avanços e propor melhorias.

KPIs sugeridos (bullet points):

  • Tempo médio de viagem por corredor/modal;

  • Acidentes por milhão de km;

  • Emissões locais e de GEE por passageiro-km;

  • Índice de acessibilidade (pessoas a 15 min de serviços);

  • Uptime de sistemas críticos (semáforos, bilhetagem, recarga);

  • Satisfação do usuário (NPS/CSAT) e reclamações resolvidas.

O que pensa Telles Martins?

(Palestrante e consultor em Mobilidade Urbana e Veículos Elétricos)

Pergunta — Qual é a mudança estrutural trazida pela tecnologia na sociedade?
Resposta curta:
“A principal mudança é coordenação em tempo real. Dados e IA permitem que cidade, empresa e cidadão tomem decisões melhores a cada minuto, reduzindo desperdício e aumentando segurança.”

Ampliação:
Para Telles, a cidade contemporânea é um organismo digital: “Quando trânsito, energia, saúde e segurança ‘conversam’, a experiência do cidadão melhora — e o investimento rende mais.”

Pergunta — O que diferencia a mobilidade do futuro na prática?
Resposta curta:
“É a integração. Veículo, energia, pagamento e dados trabalham juntos. Isso tira atrito das viagens, reduz custos de frotas e abre espaço para novas políticas públicas baseadas em resultados.”

Ampliação:
Ele enfatiza que o foco sai do veículo isolado e passa ao serviço de mobilidade com objetivos claros: salvar vidas, reduzir emissões e devolver tempo às pessoas.

Qual é o papel da educação e da inclusão digital?

Sem inclusão digital, a transformação vira privilégio. Programas de letramento, subsídios a dispositivos e tarifas sociais garantem que todos possam acessar serviços digitais de qualidade, evitando “ilhas de inovação” em poucos bairros.

  • Capacitação contínua de servidores e cidadãos;

  • Pontos públicos de conectividade e quiosques de autoatendimento;

  • Design universal (acessibilidade e simplicidade);

  • Monitoramento do uso por recorte socioeconômico.

E as pequenas e médias cidades — por onde começar?

Comece simples e escalável: dados de ônibus, sinalização inteligente em eixos críticos, aplicativo único de mobilidade e central de controle integrada. Use pilotos com métricas e expanda com base no ROI social e financeiro.

Roteiro prático (4 movimentos):

  1. Ilhas de excelência (corredores ou bairros piloto);

  2. Dados abertos para engajar universidades e startups;

  3. Parcerias com operadoras e fabricantes;

  4. Financiamento (fundos climáticos, bancos de fomento e PPPs).

Mais reflexões  de Telles Martins

Pergunta — Qual tecnologia tende a entregar mais valor nos próximos 24 meses?
Resposta curta:
Dados interoperáveis com IA para priorizar investimentos e V2X para integrar energia e mobilidade. Essa trinca reduz custo, melhora serviço e acelera sustentabilidade.”

Pergunta — Uma recomendação para gestores públicos e privados?
Resposta curta:
“Definam três metas mensuráveis (segurança, tempo e emissões), escolham dois pilotos e publiquem resultados. Transparência gera confiança e atrai parceiros.”

Ampliação final:
“Tecnologia não é um fim; é instrumento de política pública e de negócio. O cidadão precisa sentir ganho real na rua — seguro, rápido e limpo.”

Perguntas frequentes (FAQ)

1) O que é mobilidade como serviço (MaaS)?
É integrar modais (ônibus, metrô, bike, carro por app) em um app, com planejamento de porta a porta e pagamento unificado.

2) Veículos autônomos são realidade no Brasil?
A automação avança por funções assistidas (ADAS) e pilotos controlados. Escala depende de segurança, regulação e infraestrutura.

3) Eletrificação aumenta a conta de luz?
Não necessariamente. Com tarifas dinâmicas e V2H/V2G, o sistema pode ficar mais eficiente, reduzindo picos e custos.

4) Como a IA melhora o transporte público?
Prevendo demanda, otimizando frotas, ajustando semáforos e priorizando corredores, reduzindo atrasos e superlotação.

5) Quais riscos da hiperconectividade?
Vazamento de dados, ataques cibernéticos e exclusão digital. Mitigue com criptografia, auditorias e inclusão.

6) O que medir para saber se a cidade melhorou?
Tempo de viagem, acidentes, emissões, acessibilidade a serviços e satisfação do usuário.

7) Como PMEs podem aproveitar?
Com dados abertos, APIs e editais de inovação, criando soluções de micrologística, pagamento e análise de tráfego.

8) A tecnologia substitui investimentos físicos?
Não. Ela potencializa infraestrutura, mas calçadas, corredores e segurança viária continuam essenciais.

9) Bicicletas e micromobilidade cabem nessa visão?
Sim. São peças centrais para primeiros/últimos quilômetros e redução de emissões em curtas distâncias.

10) Como garantir que a inovação seja inclusiva?
Combine desenho universal, tarifas sociais, educação digital e metas públicas de atendimento a grupos vulneráveis.

Palestrante Marcelo Telles

Quem é Telles Martins

Telles Martins é palestrante e consultor em Mobilidade Urbana e Veículos Elétricos, especializado em traduzir tecnologia em políticas e decisões práticas. Em eventos e projetos, conecta dados, energia e transporte para entregar segurança, eficiência e impacto social real. Saiba mais em /sobre-telles e veja temas em /palestras.

Considerações finais — qual é a síntese prática?

O impacto da tecnologia na sociedade será tanto maior quanto melhor formos em governança, dados e inclusão. Na mobilidade do futuro, integração entre veículo, energia e cidade reduz custos e salva vidas. Com metas claras, pilotos bem desenhados e transparência, a inovação deixa de ser promessa e vira política pública e resultado no dia a dia.

Fontes: