Esporte

Debate sobre Copa do Mundo a cada dois anos gera racha entre entidades

Associação Europeia de Clubes fala em “impacto destrutivo” e risco à saúde dos jogadores

O debate sobre a realização da Copa do Mundo de futebol masculino a cada dois anos tem gerado uma série de rachas entre entidades que organizam o futebol mundial. A competição é sempre um atrativo em aspectos diversos: marketing, direitos de transmissão, exposição de atletas, audiência e apostas esportivas, em sites como o Casino Bet365.

Por isso mesmo, a FIFA tem feito uma série de reuniões, encontros e discussões para colocar a ideia em prática. A entidade que organiza o esporte no planeta é defensora da proposta, mas outras entidades têm se manifestado com veemência em posição contrária à medida. A próxima Copa do Mundo, como se sabe, vai acontecer no ano que vem, no Catar.

Na última semana,  a Associação Europeia de Clubes divulgou um comunicado mostrando preocupação extrema com a reformulação do calendário internacional, caso a proposta seja implementada. A associação criticou a ausência de um diálogo mais aprofundado em um tema tão relevante e que impacta diretamente os clubes.

“Além da notável falta de consulta genuína (ou mesmo de qualquer), e como muitos interessados apontaram nos últimos dias, as propostas da FIFA levariam a um impacto direto e destrutivo no jogo de clubes, tanto nacional quanto internacionalmente”, afirmou a entidade em nota.

“As propostas colocariam em risco a saúde e o bem-estar dos jogadores. Eles diluíram o valor e o significado das competições de clubes e países. Eles diminuiriam e entrariam em conflito com o futebol feminino e juvenil – sendo áreas sub-representadas do jogo onde a ECA e outros estão investindo tempo, talento e recursos significativos enquanto também subordinavam outros torneios esportivos e interesses em todos os níveis em todo o mundo”, salientou o texto da associação.

A associação europeia de clubes representa 247 equipes no Velho Continente e é presidida pelo atual dono do Paris Saint Germain, Nasser Al-Khelaïfi. No comunicado, ela reitera que acredita em consequências negativas para times e atletas e reforçou a proposta de reduzir as datas Fifa, que aniquilam os clubes e campeonatos nacionais com a ausência de jogadores em períodos repetidos do calendário internacional.

Quem também tem criticado a possibilidade de uma Copa do Mundo a cada dois anos é a UEFA, entidade máxima do futebol na Europa. A Uefa acredita que os planos da Fifa de uma Copa do Mundo bienal criam uma série de problemas para os clubes e também aos atletas, e que a Fifa deveria discutir com mais calma a proposta atual.

A Uefa afirmou em comunicado recente ter ficado “desapontada” com a abordagem da Fifa aos planos, que “até agora conduziu os projetos de reforma radical”. A entidade já disse que escreveu à Fifa em meados de setembro, pedindo uma consulta pública sobre o tema, mas não obteve resposta.

Além de pedir que a Fifa considere alguns critérios diferentes antes de fazer qualquer julgamento sobre a viabilidade de uma Copa do Mundo bienal, a Uefa detalhou o que considera como os principais riscos.

Os quatro problemas, descritos como “perigos reais”, incluíam primeiro uma potencial perda de prestígio por tornar a Copa do Mundo mais frequente. A Uefa também argumenta que o novo calendário poderia pressionar ainda mais os atletas, com espaços de recuperação cada vez menores.

A Uefa também rejeita o argumento de que o novo cronograma melhoraria as chances competitivas de nações menores, alegando que muitos países serão impedidos de evoluir sem tempo de preparação em eliminatórias e amistosos. Por fim, a Uefa cita um risco para o desenvolvimento do futebol feminino, já que o número maior de mundiais masculinos poderia afetar o interesse no jogo das mulheres. Ainda não se sabe ao certo quando haverá uma definição sobre o tema. Mas o que se sabe é que a disputa entre as entidades que comandam o futebol mundial, especialmente na Europa, vai seguir até que uma solução seja encaminhada.

This post was last modified on 28 de setembro de 2021 17:45

Redação Rio em Foco

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